Hugo Calderano - Brasil Foto: COB |
O principal atende pelo nome de Jean-René Mounie. O francês é muito mais do que um treinador. Além de discutir estratégias de jogo, é o responsável por montar, a cada temporada, o planejamento do brasileiro.
— Ele é o cara mais importante na minha carreira. Monta toda a minha estratégia, pensa 24 horas por dia em mim. Está mais tempo comigo do que com os filhos dele — resume o carioca. — Está sempre pensando no calendário, se a gente tem que participar deste ou daquele campeonato, pensando em como evoluir meu jogo...
Hugo Calderano 06º colocado no ranking mundial. Foto: COB |
— Ele era o primeiro não francês a conseguir uma vaga. Foi uma fase bem difícil — lembra a mãe, Elisa Borges, responsável por administrar e captar contratos de publicidade.
A passagem pelo local teve sua importância. Os médicos franceses descobriram uma fratura na bacia adquirida na época em que o brasileiro praticava vôlei. Sim, até os 12 anos ele não sabia qual esporte queria e era disputado pelos dois. Um exame de idade óssea ajudou a tomar a decisão.
— Deu que ele não passaria de 1,86m — conta Elisa.
Uma cirurgia no Brasil corrigiu a lesão, e Calderano aproveitou a nova fase para entrar em outra porta aberta por Mounie. Trata-se do Ochsenhausen-ALE, onde, na última temporada (sua quinta pelo clube), conquistou a Bundesliga e a Copa da Alemanha. Lá, trabalha com outros nomes que são peças fundamentais na engrenagem de seu sucesso: o técnico Michel Blondel e o preparador físico Mikael Simon, ambos franceses.
A rotina com os companheiros de clube inclui cerca de seis horas de treino por dia. Entre as atividades, muita prática na mesa (com trabalho para cada mão), exercícios físicos para obter agilidade e resistência, e, quando necessário, a contratação de um sparring asiático.
Opção pelo vegetarianismo
Os resultados mostram que ele está no caminho certo. Em 2016, entrou pela primeira vez no top-50 do ranking. No início de 2018, chegou a 16º. Em dezembro, dois feitos: atingiu o sexto lugar e ainda venceu o número 1 do mundo Fan Zhendong, da China:
— A meta principal do meu ciclo é brigar por uma medalha em Tóquio.
Além da capacidade técnica, Calderano ainda exibe como atributos o equilíbrio emocional e a boa forma física. Aí, uma particularidade entra em cena. Há dois anos, é vegetariano. Uma estratégia que não buscava, inicialmente, melhorar o desempenho.
— Foi pelos animais, pela sustentabilidade, para ajudar o planeta. Mas acho que me ajuda, sim. Eu me sinto mais leve e menos cansado. Então pretendo continuar.
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