Hugo Calderano - Brasil Foto: ITTF |
É ao som da clássica canção The Final Countdown, da banda sueca Europe, que Hugo Calderano se concentra para seus principais desafios. Coincidência ou destino, a trajetória do mesatenista na modalidade segue a melodia da canção: o ritmo crescente, um refrão agitado e o estouro, no solo.
Na analogia a Calderano estão presentes a evolução constante, a repetição de grandes feitos e uma marca individual que entrou para sua história e do tênis de mesa brasileiro. Aos 21 anos, Hugo se sagrou, no último domingo, o primeiro do País a chegar a uma final de um torneio Platinum, o Aberto do Catar, equivalente a um Grand Slam no tênis.
“Minha evolução tem sido constante. São passos gradativos que tenho tomado para chegar entre os melhores do mundo”, avalia Calderano, que acredita ter apresentado seu melhor tênis de mesa em Doha — resultado de um treinamento diário de cinco horas em Ochsenhausen, na Alemanha. Em seu mais recente feito histórico, ficou com o vice-campeonato ao ser derrotado por Fan Zhendong, da China, com marcador em 4 a 0. “O resultado não foi bom, mas tive boas chances”, destaca o brasileiro. Em entrevista à Gazeta Esportiva, o carioca ressaltou que o algoz não é seu principal rival. “Hoje, acho que ele é o melhor do mundo e, por isso, está alguns passos à frente. Estou treinando para vencê-lo e espero chegar lá, em breve”.
Para avançar na disputa catariana e chegar à decisão, Hugo enfrentou e venceu grandes nomes do esporte. Ele levou a melhor em cima do alemão Timo Boll, atual número 1 do mundo, do destaque japonês Tomokazu Harimoto (12º) e do chinês Lin Gaoyuan, quarto do ranking mundial. Os dois últimos confrontos, Hugo destaca como ápices. “Estava jogando muito bem. Contra o Lin, especificamente, foi legal porque os chineses raramente perdem para estrangeiros”, ressaltou.
Com tantos resultados expressivos, Calderano não sonha baixo. O ex-número um do ranking juvenil quer repetir o feito também no adulto e alcançar a ponta. “Tenho ambição de chegar no topo. Como estou em evolução constante, mais cedo ou mais tarde vou subindo”, afirma o atual número 15, que, a curto prazo, anseia estar entre os dez melhores.
Próximos passos
Além do bom resultado no Catar, para ganhar posições na lista, Hugo Calderano precisa mostrar bom tênis de mesa também no Aberto da Alemanha, que acontece ainda este mês. Apesar de ter conquistado maior confiança com os últimos resultados, ele não está depositando suas expectativas em ser campeão no torneio. “Quero fazer um bom campeonato, mas lá, muita coisa pode acontecer”, destaca. “Tenho que estar mais preparado ainda”.
Depois de igualar a marca de seu xará, Hugo Hoyama, e fazer o melhor resultado brasileiro em Jogos Olímpicos, com o nono lugar da Rio 2016, Calderano sonha adiante: Paris 2024. “Para Tóquio, vou me preparar, provavelmente, na Alemanha. Mas acredito que chegarei mais preparado para os Jogos na França. Diferentemente de outras modalidades, o auge no tênis, muitas vezes, vem mais tarde. Então, acredito que lá eu terei mais chances”, explica. “Mas o foco é o pódio nas duas”.
Modalidade no Brasil
Ocupando o 15º posto do mundo, Calderano não é apenas o mais bem colocado brasileiro na história, como também detém o melhor resultado latino-americano. Para o atleta, apesar de o País não ter tradição na modalidade, o tênis de mesa vem ganhando espaço e atenção.
Hoje, seu objetivo é tornar o esporte mais popular no Brasil. Nesta missão, Calderano acredita que o Rio 2016 teve um papel importante. “Foi incrível jogar em casa e ver tanta gente torcendo e até descobrindo a modalidade lá”, destaca. “Fico muito feliz pelo que fizemos, foi muito especial”, lembra o carioca.
Fonte: Gazeta Esportiva
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